O mundo desaparece por
trás do Tejo.
Não sei o que há atrás
do Tejo pois nunca estive além do Tejo.
Quem sabe haverá além
do Tejo essa noite vazia e escura e sem fim que agora imagino haver além do
Tejo?
Também não sei. E me
pergunto se alguém sabe.
Mas sei onde amará alguém
nesta noite além do Tejo.
Pois estarei ao seu
lado e me sentarei à beira do rio e a puxarei rumo ao planeta como se fora um
personagem de Kundera e deixarei que ela caia assim em meus braços, inteira,
quase desfalecida, sem receio de ferimentos nem pudor do êxtase.
E os momentos serão
nossos e em nada nossos momentos se parecerão com outros momentos.