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A ausência de contato dos pés com o chão e da cabeça com as nuvens é o que caracteriza a Anta Esotérica. Em geral, ela(e) não sabe a diferença entre um substantivo e um adjetivo mas não tá se lixano. Reputa esse tipo de ignorância a um desígnio divino. (E em geral também não sabe o significado de "reputa" e "desígnio", o que igualmente credita a um desígnio divino e assim por... hã... diante.)
A Anta Esotérica habita todas as regiões do Brasil e do mundo, sendo mais frequente no campo, na cidade, nos centros urbanos e na praia. É ovípara, mas prefere comer de dia e/ou de noite. O espécime típico é pastosamente democrático, ruminando capinzais capitalistas e comunistas alike.
Sem procurar muito, pode-se encontrar antas esotéricas monges e antas esotéricas executivas, o que as torna deveras ecléticas e constitucionalizadas.
Em sua estante, o tipo sempre ostenta um exemplar de Larry Porter, preferindo armazenar a coleção de Paulo Coelho no banheiro, diante da privada. E em sua tevê de trocentas” o que não falta é o canal de filmes cult.
A Anta Esotérica é antes de tudo literofóbica.