me comprometo a aspirar 
tão só à imortalidade do meu querer
reconhecendo que no ato
serei esquecido como 
esquecido estou
me conformando com 
minha ficção
deitado insone, sem saída, 
prometo, ademais, nunca ter meus
próprios pensamentos nem registrar
meus toscos versos em vão louvor
Deixarei os sonhos meus
se desprendendo, faíscas 
incandescentes, brotando 
bolhinhas de sabão, ascendendo
ao teto a explodir em branca 
espuma seca que derramará sua 
névoa em minha noite
Prometo, por fim, condenar-me a 
renunciar por todo o sempre ao 
teu cheiro e à tua boca e ao teu 
olhar e às tuas palavras e nunca 
te chamar e nunca me queixar
Apenas suspirar
