Mil, trezentos e trinta e oito

me comprometo a aspirar
tão só à imortalidade do meu querer
reconhecendo que no ato
serei esquecido como
esquecido estou
me conformando com
minha ficção
deitado insone, sem saída,
prometo, ademais, nunca ter meus
próprios pensamentos nem registrar
meus toscos versos em vão louvor
Deixarei os sonhos meus
se desprendendo, faíscas
incandescentes, brotando
bolhinhas de sabão, ascendendo
ao teto a explodir em branca
espuma seca que derramará sua
névoa em minha noite
Prometo, por fim, condenar-me a
renunciar por todo o sempre ao
teu cheiro e à tua boca e ao teu
olhar e às tuas palavras e nunca
te chamar e nunca me queixar
Apenas suspirar