nau grafa audácia

Consultou o relógio. 9:24.
Acorda sem saber se é noite ou dia. A janela esconde lá fora.
Terá caído da cama? Estará no chão? Grudado à parede feito lagartixa?
Foi o pesadelo.
Ela bem alertou: não sonha comigo.
Ele desobedeceu.
Era o mocinho.
Um facínora barbudo, narigudo, cabeludo a perseguia pela sombria floresta, quando surge do nada o rapaz franzino e míope e manco e meio poeta e a arrebata e a leva em segurança para seus aposentos na torre mais alta do castelo e a deita na cama e ela acorda se lamentando do reconfortante sonho em que o herói a salvava dum facínora narigudo e barbudo e cabeludo e a arrebatava e a levava de volta para sua cama.

Nenhum comentário:

Postar um comentário