Ai, não sei como a
senhorita tem saco. Esse face me chupa toda a energia que não tenho nem nunca
tive. Passei a tarde mergulhado num lago de sonhos. Ai, como é macio o onírico
colchão que cada um de nós guarda no porão ideal que construímos sob a fachada.
Coño. Se alguém
despejasse na minha caixa de entrada a bobajada que deixei ontem na sua, cortava
sumariamente. Não sei como me aguenta, arre. (Hoje tô com o Bentinho do Dom
Casmurro na cabeça. Costuma ler Machado? Digo, regularmente? Pelo menos uma vez
por mês, eu. Pra não perder o senso do que é mestria literária. Memorial de
Aires é o livro mais bem escrito da língua portuguesa.)
Não sei o que faria
exatamente se tivesse alguém como eu me escrevendo assim todo dia. É muito
provável que sentisse alguma excitação no começo, ante o ineditismo. E o ar de
mistério, isto é, a postura necessariamente dissumulada, de quem não quer abrir
o jogo. Tudo isso tem algum encanto... pros adolescentes. Me entediaria na
manhã seguinte (só pra fazer uma alusão).
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