Acabo de ler num
jornal online que o nosso amigo Schwarzenegger vai fazer o Exterminador do
Futuro 5 ano que vem. Ai que a minha úlcera explode. Que tédio, meu santo deus
amado.
Já parou a senhorita pra
pensar que às vezes a culinária pode ser fruto (foi sem querer, juro) não do
estudo árduo numa, digamos, escola técnica do SENAC ou de estágios em renomados
restaurantes europeus mas simplesmente de condições circunstanciais? Soa
complicado? Explico. Esse conceito genial me ocorreu outro dia quando estava
morto de fome em casa, abri a geladeira e tudo que meus decepcionados olhos arregalados
puderam detectar foram os costumeiros restos de verdura duma feira que fiz
provavelmente ano passado, um frasco de maionese em cujo interior parece estar
havendo uma orgia transcontinental de vermes (bactérias?) de botulismo, afora
dois ou três sacos de mercado que não tive coragem de decifrar. Perscrutei
angustiado as demais prateleiras do refrigerador, pronto para renunciar à
perspectiva de encher a barriga até o dia seguinte, quando meu olhos, ainda
decepcionados e arregalados mas sempre esperançosos, deram cum macinho plástico
escondidinho lá no fundo, enviando eletronicamente à porção ainda saudável do
meu córtex cerebral um sinal de que provavelmente nem tudo estava perdido e
voilá! Quando meus dedões sôfregos finalmente abriram o saquinho, eis que tinha
diante do meu narigão farejador de mastim irlandês nada mais, nada menos que um
belo naco de... RICOTA. É verdade que em situação normal torceria o dito
narigão ante tão insalubre guloseima, mas instantaneamente os neurônios
responsáveis pelo meu instinto de preservação acusaram os sinais de alerta
oriundos do fígado, do pâncreas ou sei lá que raio de víscera desempenha essa
função degradante e me pus a assistir enquanto minha mão esquerda agarrava
incontinênti o restinho de ricota e a direita encaçapava entre dedões o único
ovo depositado no porta-ovos, muito provavelmente esquecido no meu mais recente
rapa famélico e vupt! em poucos segundos nascia na frigideira o mais
voluptuosamente delicioso omelete (tem gente que trata no feminino, será?) de
todo o Ocidente? Moral da história, se fosse chef provavelmente faturaria uma
nota preta nas quebradas do circuito dos rubaiyats e giallas da vida. Quem
diria que inventar tão divina iguaria exigiria tão pouco dos meus parcos recursos
caseiros?
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