A dondoquinha passa a galope ao longo da
sarjeta entre a calçada e o asfalto. Trajes de ginástica, blusinha rosa airada sobre
o torso ligando espáduas vigorosas a um ventre surpreendemente esguio, a
estrutura inteira articulada às calças pretas coladas sobre espáduas robustas,
embora graciosas, e glúteos que convidam ao sonho.
Cada movimento do galope é matematicamente
orquestrado lá do alto, da cabeça, donde vai meneando a batuta da maestrina
acidental na forma dum rabo de cavalo serelepe.
Que hipnotizante rabo de cavalo. Estaria
eu apto a montar essa benfajeza eguinha matinal e, em amansando-a, lograr
adestrá-la para a suave execução da aguardada Dança Final em minha baia particular eregida de delírios?
Lá se vai a esbelta dondoquinha de
meneável cabeça rua acima, tentando escapar aos olhos cansados de sua semostradora
testemunha a jazer num canto da calçada, na ponta dos dedos a guia que contém a
custo um viralata endiabrado.
É saúde, é beleza, é jovialidade, vigor,
entusiasmo demais para este que desde muito cedo só pensa em fugir.
Hein? Ela passou por mim e cochichou
algo?
Terei escutado um ligeiro assobio?
Um psiu daqueles que a sibilar sssiiiissss...?
Onde é que eu estava com a cabeça, que
não prestei atenção?
A beleza do texto se concentra no movimento pendular do rabo de cavalo.Whipple, de Harvard,na sua hipótese de "reconcentração" das partículas do Universo, referindo-se ao equilíbrio do mesmo,explica o fenômeno como, dois pontos,explosão centrífuga seguida de implosão centrípeta.Nada mais que entropia e ectropia, em maré e vazante etc e tal. É o que, completa a metafísica :o inconsciente mecânico,negativamente entrópico revertendo-se no processo positivo ectrópico do dinâmico consciente.Em suma, nada a ver!
ResponderExcluirIsso, isso.
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