Memórias do cárcere químico XII

De repente ele arrasta o sujeito até um canto escuro na rua. Puxa uma peixeira e mete a ponta do instrumento no fígado do outro.
Que, naturalmente, se agarra c’um olhar aterrorizado à máscara feroz que cobre o rosto do dono da faca. E o terror se mostra ainda mais fundo e agoniento pela incompreensão dos motivos.
Vai mesmo me furar o fígado? suplica a vítima num fiapo de voz.
Houve um tempo em que sabia a resposta. Quando foi criança.

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