Teu corpo é celestial?
Tão celestial quanto este semblante
sóbrio, quase severo, que me olha condenando e ao mesmo tempo esperançoso?
De que me condenas?
De mirar teu rosto por longos, longos
minutos e não te desvendar?
Abano a cabeça. Uma, duas, três vezes. Temo
que me hipnotizes.
Sob tuas madeixas, podia dormir. Esperar
que murmurasses uma cantiga de ninar.
Respondeste sim a todas as minhas
perguntas. Posso então fazer mais uma?
Pronto, está feita. Não, não responde.
Sh... durmo... Como é inebriante o perfume desses cachos, como é macio o toque
da tua pele... sh... Sonho... Sou um cometa sem cabeça nem cauda nem nada,
nosso vácuo é absoluto, não sinto, não sou, só escuto teu respirar... sh...
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