DM, vou dormir, cansei de te esperar,
queria te dizer que meu coração sangra por essas bobagens que esta bosta de
vida nos apronta, mas não vou te dizer mais nada, pois te melindras com qualquer
coisa que te diga, se tivesse o helicóptero do dilmão ia até aí, batia na tua
porta, te puxava prum escurinho mais próximo, te abaixava as calças, te lambia
tua buceta túrgida de tesão incontido e então gozavas na minha boca e então te
enfiava minha língua de dragão na tua boca e te lambia os dentes e as amígdalas
e te sorvia e te encharcava e te adormecia.
Que
delícia. Que pudor! Que delícia.
Gostou, né?
Já brochei com mulher tarada.
Me senti estuprado.
Maior tesão, de repente o fenômeno do
amolecimento.
Um dia uma zinha insistiu tanto pra eu
falar com ela na porra do msn, aquiesci, hehe, tamos lá trocando aquele belo
monte de merda, aí falei “eu dormiria com
você”. O msn caiu prontamente, a zinha saiu dos meus amigos, me bloqueou.
Depois me mandou uma mensagem “Não sou o
que você está pensando”. Mas não tô pensando porra nenhuma, zinha. Minha
rola é que está.
DM, vais usar mais esta minha inocente
confidência contra mim qualquer hora, não vais? Afinal já usaste até o poetinha de
quem te contei.
Estás a coligir minhas confidências no
Grande Livro Vermelho de WV pra esfregar na minha fuça quando chegar a hora?
Não ligo.
DM, essa nova foto do teu perfil é para
meu benefício? Gostei. Mas talvez algo mais explícito viesse a calhar, no dizer
da Primeira Dama da literatura nacional LF Verissimo?
Só agora vi em seu perfil “Amado Rio
Grande do Sul” e me escrachei de gargalhar. DM era a última pessoa do mundo de
quem eu esperava esse tipo de ufanismo patriótico.
DM, releve as espicaçadas. Só sei me
relacionar assim, hostilizando. Mas já percebeste, claro.
Quando acordares e vires e leres, conta
até 1000.
Não mira todas tuas lanças envenenadas
contra este pobre pretendende a poeta que não acerta uma na poesia, na vida, no
amor e na loteria.
Me poupa, minha querida. É quase tudo
brincadeira.
Não leva a mal mas te amo.
...999,
1000. Pronto.
Tu não me
assusta, Wilson. Nem mesmo em tempos onde as fêmeas perdem as suas vidas na mão
de trogloditas tarados, dementes e sádicos. hehe.
Os machos
também perdem suas dignidades e até mesmo a vidinha, nas mãos de gatinhas
estelionatárias, viúvas negras e gostosas plastificadas. Mas não é o meu caso.
Não se preocupe comigo também, querido.
A foto do
perfil era pra me lembrar de uma vontade que hora dessas concretizo. Mas se me
queres deitada, tudo certo. De pé também, de ponta cabeça, nozada, rasgada ao
meio, só uma parte, a parte toda... como quiseres.
Corro pros
pequenos, agora, minha única fonte de sanidade. Volto a noite pra te desejá-la.
Desejo-te a noite.
“machos também perdem suas dignidades e
até mesmo a vidinha, nas mãos de gatinhas estelionatárias, viúvas negras e
gostosas plastificadas”
Não se preocupe comigo também, DM. Não
tenho dignidade. Portanto não posso perdê-la. Nunca tive. Nunca me preocupei em
tê-la. Não dou lhufas pra dignidade. Nem sei o que é dignidade. Não sei pra que
serve. Não imagino quem são os dignos, o que fazem, onde moram, onde dormem.
Fôdanse os dignos e suas dignas dignidades.
Quer dizer que foto é pra te lembrar de
te matar? Então a puseste pra mim alright. Te matar e te envolveres comigo é a
mesma coisa.
Corre pros pequenos? Não me diz que é teu
ofício tem algo a ver com crianças. Pauvres enfants. Promete que não fará com
eles o que fazes comigo. Sofro numa boa, mas não tolero testemunhar o
padecimento alheio.
Vou tentar começar a beber mais tarde
hoje pra ver se aguento em pé além das onze. Falando em se matar, tô chegando
lá. Fiquei anos tentando criar coragem, escolhendo entre um método e outro,
escrevendo sobre, criando teses científicas, racionalizando, até que concluí
que nunca teria coragem de implementar um método tradicional, o que único jeito
seria uma “passagem” lenta e sufocante e masoquista, bem ao meu estilo, e
voilà! Cá estou eu me matando dia a dia de tanto mamar. No ritmo em que vou,
devo chegar até meado do próximo ano, se o diabo quiser. Dá pro gasto. Já vivi
tudo que tinha a viver e já saquei que não tenho capacidade de viver aquilo que
queria viver.
Oi, lindo.
Matar-me,
não. Saltar de uma ponte. Somente. Morrer seria um risco, mas não um propósito.
No entanto, quem já não quis dar cabo da própria vida? Mas, por enquanto, eu só
queria um cabo um pouquinho mais firme, que me atasse com certo vigor aos
propósitos de existir e que eu não estou sabendo entender quais são. Inda tenho
esperança.
Oh,
querido, se tu me conhecesse, diria que dou uma boa professorinha. Tenho apreço
pelas crianças, vou me divertindo com elas porque decidi jamais ter um exemplar
para mim. Sou um modelo de educadora: meiga, libertária, companheira e compreensiva
(tudo verdade, nada ironia). Mas entendo e reconheço minha loucura. Quem sabe
um dia, todas penduradinhas no teto da salinha... Não, não, sou inofensiva. Só
tenho dentro de mim a tortura de pensar e pensar. Se pudesses me ver num dia
qualquer, veria o quanto saio fora do ar, ou entro dentro do ar, sei lá. Quando
dou por mim, o mundo aconteceu e eu ainda estou ali, parada naquela dimensão
estranha.
Que
vergonha, Wilson! A cara roxa de ler os teus lambuzos... Não tenho traquejo pra
escrever sobre desejos mas não é muito difícil fazer isso quando eu vou
sentindo um latejamento gostoso e fico com a cabeça num lugar totalmente alheio
ao meu lugar-comum, me afundo em ideias lascivas a teu respeito e vou engolindo
o teu todo com a velocidade de um orgasmo.
Mas, cadê
tu?
Aqui, minha linda.
Ha.
Desbravando as Savanas de extensas pradarias tropicais.
Savanas não se desbravam, minha loba.
Savanas são áreas de vegetação baixa,
abertas, sem mistérios nem poesia.
Savanas abrigam sendas pelas quais trilho
quando preciso recuperar forças para retornar à minha missão mítica de explorar
os Pampas, estes, sim, merecedores da minha heróica sina.
Uau! Que
lindo! Droga, me derreti que nem manteiga... Nossa, que sensação mais gostosa
que me deu agora. Inexplicável, Wilson.
Senti-me a
puta rejeitada, lá no canto do buteco, a puta com o rímel escorrido, a cara já
lavada da noitada chorosa, entre os copos de conhaque barato e as lágrimas pelo
homem que a deixou.
Mas ele
chega, de mansinho, vem vindo lá no fundo com seu trotar elegante, o cheiro
nobre das boas moças das festas requintadas, bordado nos seus trajes bem
passados.
Ele a
beija com lubricidade e estende-lhe a mão. Ela o agarra e chora mais um pouco,
como que querendo-o convencer de alguma coisa em que nem ela mesma consegue
acreditar.
Vou fumar um cigarro.
Ótima!
“Relacionamento” online é um martírio.
DM foi ver a novela, me deixou aqui
sozinho com a savana caravana sarabatana filha da minha tia ana.
Não, não.
Estava brincando com o sobrinho de pista da hotweels. Incrível como sou
versátil, mas não consigo gostar de brincar disso. Falta o pai pra esse menino,
o pai que fez um filho na tapada da minha irmã e escafedeu-se.
Relacionamento?
Martírio? Explique-me.
Explico nada.
Natureza fdp, avançando feito um trator
por sobre as veleidades dos pequenos seres sem vontade, desejo ou esperança.
O que nasce de bastardo, puta merda,
somos (quer dizer, ELES são) um brinquedinho nas mãos dessa força maior desgraçada.
DM, leu alguma das historinhas que postei
no meu site?
São todas pra criancinhas inocentes que
correm lampeiras no jardim deste paraíso.
Quem sabe adotas pra tuas turminhas de
monstrinhos?
Estou
lendo agorinha mesmo. A herança.
Quietinho.
Senão não me concentro.
Bye.
Há, Wilson. Que aperto
que me deu. Como somos frágeis.
Gostei
mesmo. Até lembrei de um dia, meu pai e eu, na ambulância, meu pai indo pras
quimios dele na cidade grande. Ele não estava se sentindo bem, por isso pegou
uma carona naquele hospitalzinho ambulante. Minha mãe, que tem pavor de
hospital, delegou a tarefa pra mim, de acompanhá-lo. Não fosse o sufoco que
passei, teria sido de boa lembrança, já que infelizmente aquela foi a última
vez que “passeamos” juntos de carro.
Passei tão
mal no trajeto sinuoso até a cidade grande que quem saiu de maca de dentro da
ambulância fui eu. Juro. Minhas unhas estavam roxas. É como se eu tivesse
ficado por uma hora com todas as doenças e catástrofes do corpo juntas e que já
passaram por aquele lugarzinho.
Sim.
Tchau.
Dorme,
querido. Descansa essa mente fulgurante, que precisa ser compartilhada. É lei:
vieste para este mundo exatamente para fazer o que fazes. Para e para fazer e
fazer.
Dorme o
sono dos cansados porque criar, ensinar e alimentar os teus filhotes não é
tarefa fácil. Ainda bem que jamais os domesticará. É por isso que te amo.
Quando me
quiser, espero poder estar aqui. Quero poder continuar aqui, conquanto que eu
não me canse muito de estar inserida até a goela neste mundo digital do qual
fugi até bem pouco tempo atrás.
Sabe, não
gosto de estar aqui por muito tempo. Me faz mal. Tenho náuseas. Uma sensação de
que o mundo inteiro está empoleirado nos meus ombros, fazendo pressão pra baixo
e eu me curvando cada vez mais.
Tenha uma
sexta agradável e bastante inspiradora. Fico imaginando que prum escritor de
verdade essa história de inspiração é bem balela. Sei lá, fico pensando nos
tormentos de uma cabeça cheia de ideias. Nas dores do pensamento rápido que
quer pular logo pra folha, pra tela. Imagino um terremoto de coisas acontecendo
na cabeça de um escritor. Ajeita aqui, coloca lá, completa aqui comprime acolá,
meu tempo é curto pras coisa que preciso escrever só mais uma coisinha é hora
de terminar parece estar incompleto, há, que legal, nossa peguei pesado, droga,
que porcaria, puxa que lindo.
Descansa
essa mente fulgurante, querido.
Nooooossa,
Wilson. Eu estava dando uma olhada na tua comunidade. Meu, mas tu deve dar umas
boas risadas da minha cara.
Os perigos
de um relacionamento digital... hahahahaha. Agora fiquei com cara de tacho de
marmelada de figo. Imagina o que tu deve estar pensando, essa louca que tá
dando em cima de mim, vai ver tá se achando minha namoradinha virtual, se dou
corda ela se enforca.
Puta que
pariu, que vergonha. Desculpe-me, Wilson, se passei essa impressão. Tô
confundindo a porra de tudo, mesmo.
Bah, foi
mal. Licença que vou cavar um buraquinho lá no jardim pra enfiar a beça e ver
se congelo esse fogo no rabo de ficar me oferecendo pra literato que saca os
joguinhos que as pessoas insistem em fazer, e ainda têm a ousadia de dar outros
nomes pra eles, nomes mais românticos, lindos, felizes e amáveis.
Putz! Tu é
um dos caras mais inteligentes que eu já conheci na vida!
Ah DM, obrigado, mas essa rasgação de
seda pra cima de mim me deixa constrangido. Nem sou tão inteligente assim. Mais
doente que poeta. E sei que a qualquer minuto, de repente, teu saravá vai
baixar e despejarás sobre este pobre mortal aquele caudal de elogios às avessas
em que és mestra.
Linda experiência essa com teu pai. Não
vou explicar o “linda”, tô dando de barato que saibas compreender. Tô de saco
repleto e completo de explicar coisas, sobretudo a mim mesmo. É nesse tipo de
experiência que tu vê que o mundo e a vida e a pqp não comportam teorias nem
hipóteses e o abismo se abre à tua frente num segundo e te engole junto com
teus planos e projetos e num segundo esqueces que teu mundinho era tão gracioso
naquele desenho da casinha com o sol em cima e uma chaminé borbotando fumaça
que tinhas estampado no primeiro plano da tua mente.
Estás divina nessa foto aí. Olhar de
tolerância limítrofe ante este mundo que demora tanto a girar, pote de
impaciência que explodiu no tempo passado silenciosamente, perplexidade
engolida em cacos de que se faz a estátua a apoiar tão pesadamente a cabeça que
só não tomba sob as forças invencíveis da gravidade que nos une cada um de nós
a todos nós porque a necessidade de mantermos uma atitude digna perante a
humilhação de viver é ainda mais forte.
Em nenhuma das tuas fotos é possível
enxergar tua cara direito. Podias me enviar umas mais límpidas e próximas.
Mas pra
quê, Wilson? Pra que fiques me analisando e vendo se vale mesmo a pena
continuar esta conversa maravilhosa? Também és ligado na estética da cara das
pessoas?
Já vou
adiantando: tenho espinhas, meus dentes são tortos e amarelados, meus ângulos
são desconexos, desarmoniosos, tenho tudo torto: queixo, boca, olhos (um maior
do que o outro), meus cabelos já estão ficando brancos e secos (30 anos) e não
possuo mais lubrificação vaginal (menopausa precoce).
Amei o que
escreveu a pouco. Amei. Não sei se é impressão, mas és tão fresco, pela manhã!
Suave e levemente adocicado.
Que coisa
mais interessante isso...
DM, tô de saco completo e repleto da tua
mania de autovitimização. Pelo pouco que pude enxergar nessas tuas fotos
desfocadas e camufladas de quem parece estar fugindo de algo ou alguém, és
bonita, charmosa, envolvente, sensual, meio trôpega e desejável.
Mas se não quiser se mostrar, tudo bem.
E, mein Gott, essa da lubrificação
vaginal, vai te lascar, tens um talento magistral para ser brochante. Tava cum
puta tesão, foice.
Quanto esforço pra se fuder e fuder tudo
junto.
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