Te devo desculpas. Fui frívolo.
Deito falação por qualquer coisinha.
Sou egoísta. Extremamente. Sempre fui,
mesmo quando fingia me condoer pela miséria humana.
Sendo fingido, fingia que não era
fingimento.
E fingia fingimento com tamanha ingenuidade,
que chegava a parecer um genuíno ingênuo.
Somos pueris todos que dançamos nas
garras do Poderzão.
Gente próxima a mim dedica e dedicou a
vida a “fazer o bem”.
Nunca tive aptidão para a generosidade.
Hoje passei para o lado que não é o meu.
Tendo a chorar por essas misérias
sentimentais por puro egoísmo, uma identidade que me faz sofrer por tabela,
sofrimento pelo qual preciso que reconheçam em mim.
É por esse tipo, entre outros, de
sentimento que escrevo.
Somos tão fraquinhos nós perdedores que
levamos de lavada dos senhores do mundo.
Entrei numas, estou sabendo.
Este choro é fingido, como todo o resto. Eis
por que você deve acreditar em mim.
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