For a minute the sky pours into the
hole like plasma.
There is no hope, it is given up.
Sylvia Plath
Segundo contato com o Devedor (não sei se desejo
outros).
Estamos aqui sentados neste maldito
circular, o mané me alugando a orelha, uma ladainha de explicação por que gosta
de andar de ônibus e deixa de gostar do cacete a quatro.
No primeiro, no penúltimo banco (e o
segundo também foi), ele perguntou, depois que passei um pedido (exigiu mais
detalhes do que podia imaginar):
A menina já sentiu gosto de sangue?
J-j-já. O fundo da garganta
gaguejou, testa franzida. Na infância. Quando me arrancaram uns dentes de
leite.
Não é esse que estou dizendo, ele
quase suplicou. Me refiro ao sangue insólito. Estudado. Já frio daquele que
agora é desconhecido. O não derramado na guerra.
N-nunca, gaguejei.
Então qualquer dia te puxo até o
salão de sinuca depois do expediente pro nosso rito da Gororoba Carmesim. A menina
vai ficar ligadinha. Garanto.
Então tá, minha voz aquiesceu,
logrando certa autoridade.
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