Manhã de terça-feira


Me largas feito um saco murcho antes de
te afastar. Aqui permaneço, esquecido de
todos, dos deuses, dos pagãos, dos nêutrons,
dos australianos, dos tijolos dentro da parede,
infenso e
sereno em minha colossal insignificância.
Vives sem que eu exista e não sei que
estou vazio. Mas
eis que te escuto. Vou-me
enchendo. Dos teus sons. 
E tua visão. E teu cheiro. Que
bom te rever! me dou
conta de que meu conteúdo é te esperar.