Desvenda tua alma


Não tem coisa pior do que ser analisado por psicólogos e afins. Fora da terapia, digo. Dentro também não é mole, sobretudo se teu psicanalista é bom de sacada e não um desses milhares de pilantras por aí a fim de comer teu rabo ou que você coma o dele ou de meter a mão na tua grana, mas, afinal, dentro, foi pra isso que tu deitou no divã, xará, agora segura a onda, não é fácil, admita-se, a maioria, ou muitos, sei lá, não segura, encolhe o rabo e nunca mais volta (segundo um conhecido, sem pagar a sessão, que é sintomático e geralmente dá pano para umas quinze sessões de manga, que faz da psicanálise, entre outras coisas, uma das mais deliciosas profissões do mundo, poder ferrar ─ emocionalmente ─ o próximo e ainda receber uma puta grana em troca, geralmente tirando tudo, ou quase, que o analisando tem). 
Tudo bem, no dia-a-dia analisamos e somos analisados o tempo todo por familiares, amigos, colegas e companhia limitada. Tudo bem, desde que você não pegue um proust pela frente que te leve pelo caminho de swann. Agora, quando você tá distraído, simplesmente tentando trocar um lero com o cidadão e de repente o mesmo, digo, ele, o cidadão, te taca uma interpretação na fuça, te acusando disso/daquilo, te explicando, well, aí é sacanagem. Comigo, analisou, apanhou.
Psicanalista, comeria todas. Se comíveis, ressalve-se. Só daria um pouco de trabalho no começo para desenvolver um método pra dispensar canhões e congêneres. Não deve ser lá muito difícil. Você pode alegar, entre outras coisas, que não atende portadoras de psicopatologias graves, que é analista, não veterinário, que o caso de madame só entuchando gardenal, não tem palovrório que chegue. É claro que, se mirar fundo e "atingir um nervo" e a distinta for sensível defacto, é capaz de você virar testemunha dum suicídio, pelo que recomenda-se que o consultório fique no andar térreo, embora ela dificilmente vá cometer o ato ensandecido na tua frente, pois, lalarilarirá, você é, entre outras, o superego dela e ninguém faz esse tipo de coisa na presença do dito.
Picareta é que não falta no mercado. É preciso muito cuidado. Já vi bandido dando atendimento, espertalhões com olho clínico para descobrir que podem ter poder total sobre analisandos se conhecerem algumas poucas técnicas e dispostos a usar esse poder para tirar deles que puderem. Muitos dormem com as/os clientes. Usam para obter vantagens. Manipulam. Ou simplesmente manobram pela tara de escravizar à demência um miserável subjugado e inerme.


Um comentário:

  1. Se um Psicólogo Clínico ler isso tudo, vai dizer: VOCÊ ESTÁ NA PRIMEIRA FASE: RELUTANDO O SEU EU...srsrs

    Bem compreensível e é razoável. Conheço uma pessoa "P Clínico" que se acha. Ele diz que sabe como tudo funciona, estudou a mente humana, até acredito, mas não leu nem a primeira linha da própria mente. (Coitado!)

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